Cultivando Jundiá em tanques-rede
Densidade de estocagem no povoamento de juvenis de jundiá (Rhamdia quelen).
É fato que quando o assunto é piscicultura em tanques-rede a tilápia é o carro-chefe como espécie cultivada. Entretanto, espécies alternativas tem sido estudadas para esse fim. Na Puc-PR e com o apoio da Tanques-Rede Iarema, o Tecnólogo em Aquicultura Rafael Dias Pinto e os professores Ana Paula Baldan e Fabiano Bendhack desenvolveram uma pesquisa primorosa sobre a densidade de estocagem do jundiá em tanques-rede. Abaixo você confere um pouco sobre o estudo.
Autores:
- Rafael Dias Pinto – rafaeldpinto@gmail.com
- Ana Paula Baldan
- Fabiano Bendhack
Introdução
A densidade de estocagem tem efeito direto na rentabilidade da produção de organismos aquáticos, afinal quanto mais elevado o número de indivíduos estocados em um determinado espaço, menos será o custo unitário de produção. A piscicultura em tanques-rede propicia elevada produtividade por área de cultivo e a possibilidade da utilização de áreas normalmente pouco utilizadas como alagados e reservatórios. O Jundiá (Rhamdia quelen) é um peixe de água doce da ordem dos siluriformes com ampla distribuição nas Américas. A espécie apresenta boa tolerância ao confinamento, habito onívoro e alto rendimento de carcaça, fatores que credenciam como espécies alvo para a aquicultura.
Objetivo
O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho zootécnico de juvenis de Jundiá após povoamento em tanques rede nas densidades 100, 150 e 200 peixes/m³.
Material e Métodos
Foram utilizados 1350 juvenis com peso médio inicial 1,17 +/- 0,3 gramas e cumprimento médio inicial de 3,7 +/- 0,6 cm. Os peixes foram distribuídos em 9 unidades de tanques rede com 1m³ de volume útil.
O delineamento utilizado ao acaso, composto por três tratamentos com três repetições cada: 100, 150 e 200 peixes/m³. Durante 21 dias os juvenis foram alimentados com ração contendo 42% de proteína bruta e ofertada suas vezes ao dia até a saciedade aparente.
Os parâmetros zootécnicos utilizados para a avaliação de desemprenho foram os seguintes:
- Sobrevivencia (%S) = 100x (total de peixes vivos – total de peixes estocados)
- Ganho de Peso (GP) = peso final – peso inicial
- Conversão Alimentar (CA) = alimento consumido / ganho de peso
- Ganho de Peso (GP) = peso final – peso inicial
- Conversão Alimentar (CA) = alimento consumido / ganho de peso
- Fator de Condição (k) = 100x (peso médio final / comprimento médio final³)
- Taxa de Crescimento Especifico (TCE) = 100x (biomassa final – biomassa inicial/dias)
Resultados da Discussão
Em nenhum dos parâmetros avaliados foi verificada diferença significativa (p>0,05). Fatores como comportamento em grupo e as interações de dominância hierárquica influenciam o habito alimentar dos peixes e consequentemente desempenho produtivo.
A densidade de 200 peixes/m³ pode ser recomendada no povoamento do Jundiá.